Livro da Semana: As Pequenas Virtudes
Ainda em ritmo
de quarentena, além de ver filmes e séries, podemos aproveitar este tempo de
reclusão para ler algumas coisas, algo que vá além de uma obrigação ou estudo. Ler
por prazer. Por isso, começa agora uma pequena série com dicas de livros, para
quem precisa de uma companhia para aquele café-delícia do fim da tarde.

Para começo de conversa, uma coisa rápida: quando estava buscando uma foto de Natalia Ginzburg, me deparei com imagens de uma mulher séria e isso contradisse a imagem que eu fazia dela. Talvez por realmente ter visto poucas fotos, esperava sorrisos. A questão é que os textos que conheço, ainda que alguns tratem de temas sérios, trazem uma leveza na forma de contar, que deixa até os pesares parecerem menos desesperadores, ainda que tristes.

Eu me
apaixonei por ela com As Pequenas Virtudes. É um livro curtinho, tem talvez
150 páginas e é fluido, fácil de ler. É uma seleção de ensaios e também algo como
um livro de memórias. Natalia traz sempre histórias com temas que me interessam, como o registro familiar e cotidiano. Ao mesmo tempo, nada é frívolo, nada é
gratuito. Através de uma escrita que parece falar de pouca coisa, vemos a
história da Itália, o fascismo, as guerras, os exílios, a família, a morte e o amor. Ela
também fala sobre a escrita, sobre o que significa para ela e como foi a única
profissão que lhe dizia respeito e em que se sentia capaz.
Esta edição é
da infelizmente finada Cosac Naify, de 2015 mas a Companhia das Letras fez uma edição novinha e linda lançada neste Janeiro de 2020, então é fácil de achar em qualquer
livraria. Para continuar lendo Natalia, vale investir no Léxico Familiar
e Caro Michele, outras obras também importantes e impressionantes.
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Natalia Ginzburg sendo muito séria com seus amados gatinhos |
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