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Café: extra-forte

Olá, amantes do cinema! Fechando agosto com chave de ouro, terminamos nossa visita com o artista de cinema do mês, Wes Anderson e seus vários desdobramentos para além do cinema. Inspirador e inspirado, o diretor e roteirista deixa sua marca na sétima arte, mas também no mundo próprio da Arte e da Comunicação. Trago aqui alguns links interessantes para falarmos um pouco mais sobre este rapaz e nos despedirmos dele em grande estilo.

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Wes Anderson, nosso artista de cinema de agosto
Para começar, o filme que estamos aguardando: The French Dispatch já tem trailer, mas segue sem previsão de lançamento no Brasil. Dá uma olhada, só para ficar na vontade, como todos nós.


A turma do Criterion Collection, esta 'locadora' internacional e fantástica que me dá vontade de ter absolutamente tudo, fez um especial com toda a carreira do diretor. Você confere aqui, pode comprar, só fica um pouco salgado, porque é tudo importado mesmo. Aproveita e dá uma passadinha no site da Criterion e olha o acervo deles. É impressionante e eu queria trabalhar lá. <3  
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Jude Law e Jason Schwartzmann em um estudo do storyboard no Grande Hotel Budapeste.
A Studio Binder, um software / empresa produtora de conteúdo ama tando Wes Anderson, que fez um estudo aprofundado, uma aula quase, por tópicos, do que torna o diretor tão fantástico e especial. Confere aqui!

No instagram, há uma febre. O Accidentally Wes Anderson é uma espécie de coletivo de seguidores que postam locações da vida real que têm a ver com o estilo, a estética das obras do diretor. O negócio ficou tão famoso e sério, que virou livro e é lindo mesmo!

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mr. anderson's house / instagram

Mr. Anderson's House é apenas uma casa para hospedagem via AirBnb toda decorada ao estilo do diretor. É claro que há um perfil no instagram desse lugar inusitado e dá uma vontade doida de ficar lá, só para ter a experiência. Esta maravilha fica em Ontário, Canadá.

E, para encerrar bem, há um estudo da paleta de cores e luz dos filmes do diretor neste Tumblr delicado e cuidadoso, o Wes Anderson Palettes. É um deleite para os olhos, além de ser um bom estudo sobre cinema. Passa lá!

O diretor tem infinitas ótimas referências na internet, nosso artista de cinema é, por si só, fonte de curiosidade para todo mundo que o acompanha ou vê, pelo menos, dois de seus filmes. Com estilo próprio e já comentado aqui, com um trato narrativo cuidadoso e de humor refinado entre a acidez e a ingenuidade, é sempre um deleite acompanhar sua trajetória dentro e fora do cinema. Não é à toa esse volume de referências, homenagens e estudos sobre o homem. Com isso, nos despedimos dele e no aguardo de seu último filme. 

Agora, vamos pensar... quem poderia ser o Artista de Cinema de Setembro? Sugestões?
E, se gosta do que vê por aqui, passa no buy me a coffee e me ajuda a manter este site em pleno funcionamento! :)
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Semana começando, o mês já cruzando a metade - parece que agosto nunca passou tão rápido (ou todos os outros meses passaram devagar e nosso ritmo mudou?) Seguimos com nosso #artistadecinema, Wes Anderson, sempre festejado por onde passa.

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Wes Anderson
Por aqui já falamos um pouco sobre o diretor e sua relevância para o Cinema. Também indiquei cinco filmes para nos aprofundarmos em sua filmografia e agora estamos aguardando o mais novo, The French Dispatch estrear em algum streaming. Os cinemas ainda não abriram aqui no Brasil e mesmo se abrissem, não sei se estamos no melhor momento para investir neles, mesmo com toda a saudade batendo forte. Enquanto desenvolvem a vacina e ficamos na expectativa da redução de contaminados dessa pandemia, trouxe as críticas de dois filmes que assisti quando foram lançados para apurarmos nosso olhar sobre as produções de nosso artista de cinema do mês.

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Moonrise Kingom (2012)
Quero ser criança novamente!, gritou o meu coração. Quando somos jovens, ouvimos nossos pais e tios nos dizerem isso e quase não acreditamos. Eu sentia naquela época – porque tive uma infância muito legal, por sorte – que isso era verdade e que em algum momento eu ia querer um revival. Acabei de sair de Moonrise Kingdom e minha infância voltou com força total.

Sabe aqueles filmes fantásticos da Sessão da Tarde que nos marcaram para sempre? Pessoas da minha geração e de gerações próximas sabem do que estou falando: Conta Comigo, Goonies, História sem Fim, Labirinto, ET, Lagoa Azul. Lembram o filme lindo do ano passado Onde vivem os monstros? O filme desse ano traz a história de um escoteiro mirim e uma garota que se correspondem por carta e decidem fugir: o garoto do acampamento, a garota, de casa. Encontram-se no meio do caminho e partem para um pedaço da costa da pequena ilha em que vivem. E a partir daí, vivemos uma aventura deliciosa, inocente e um pouco sarcástica como só um filme de criança poderia ser. Continua aqui.

O Grande Hotel Budapeste (2014)
Numa aula de ética voltada para o trabalho, o professor falava que um certo filósofo entendia que só poderia considerar alguém ético, depois de sua morte. Aí faríamos um apanhado de sua vida, como um currículo pessoal, levantando seus dilemas e resoluções tomadas. Então, poderíamos qualificá-lo como qualquer coisa. Assim, passamos a vida acima de qualquer suspeita, sem sabermos como definir-nos, mas com isso, carregando uma ‘culpa’ de estar sempre tentando fazer o bem, para que no fim, ganhemos um atestado de boa conduta post-mortem. 

Falo disso, porque tenho uma dificuldade em estabelecer ídolos. Grandes músicos, políticos, homens e mulheres das artes e esportes perderam um pouco desse glamour, dessa aceitação pelo que produzem e eu mesma fico pensando se aqueles que acho incríveis são realmente assim. Não sei se podemos chamar isso de perda da inocência, da ingenuidade que é essa facilidade em acreditar no outro, mas hoje contamos nos dedos quem admiramos fortemente. Pensando no cinema e nos diretores vivos, um que me ganhou e que espero que produza na mesma frequência do atualmente execrado, mas diretor de grandes filmes Woody Allen é Wes Anderson. Continua aqui.

***

Semana que vem teremos nosso último encontro com Wes Anderson, nosso artista de cinema de agosto e fiquem ligados para saber quem vai brilhar por aqui em Setembro! Agora que chegamos por aqui, já conhece o Buy me a Coffee? :)
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Segunda terça-feira de agosto e sabe o que isso significa? Que nosso Artista de Cinema está de volta! Hoje trago cinco de seus grandes filmes, para conhecer a versatilidade de suas capacidades criativas.

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Wes Anderson
Para quem perdeu a introdução, este é Wes Anderson, um diretor que imprimiu uma marca específica no cinema norteamericano. Sua filmografia ainda não é extensa, provavelmente por precisar de um tempo de maturação das obras e de poder juntar seus colaboradores de sempre e da vida, como Owen Wilson, Roman Coppola e Jason Schwartzman. Vamos ver aqui cinco de seus incríveis e inusitados filmes. 

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Três é Demais - Rushmore (1998)
Max Fisher (Jason Schwartzman) é um aluno bolsista na escola preparatória Rushmore. Ele não vai bem nas matérias e talvez perca o ano, mas cumpre diversas atividades extracurriculares, o que lhe dá algum mérito. Neste meio tempo, ele conhece Herman Blume (Bill Murray) um magnata que atravessa uma depressão e Rosemary Cross (Olivia Williams), uma professora da escola. Além deles, há outro interessado em Rosemary, Dr. Peter Flynn (Luke Wilson). É nesse clima de disputa em uma escola que o filme se desenrola. Segundo longa de Anderson, com roteiro de Owen Wilson e do diretor, o filme ainda não tem aquela grandiosidade na direção de arte e figurino que marcará sua carreira, mas os diálogos e o desenvolvimento de personagens bastante particulares e interessantes se percebem aqui. O tom de comédia que marcará sua carreira também já se apresenta como algo estabelecido desde sempre, provavelmente um traço da personalidade do diretor e de seus amigos - dá vontade, inclusive, de fazer parte dessa turma. O filme está no Google Play e o trailer, aqui.

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Viagem a Darjeeling (2007)
Um dos meus filmes preferidos, ele junta tudo o que é legal: é um filme de estrada (de trem, mas é), tem o roteiro e tudo de ótimo que nosso artista de cinema faz e junta esse trio maravilhoso, Adrien Brody, Owen Wilson e Jason Schwartzman. Aqui, eles são três irmãos que vão a Darjeeling, na Índia em uma viagem proposta por Francis (Wilson) para que voltem a ser também amigos, ao invés de irmãos afastados. Inteligente, mais uma vez com grande roteiro e personagens deliciosos, o filme é uma delícia de assistir, e nos deixa com o coração aquecido. Viagem a Darjeeling está no Google Play. Confira o trailer aqui. Há um bônus para quem vai assistir Darjeeling, o curta Hotel Chevalier conta um pouco a 'pré-história' de um dos personagens até o reencontro dos irmãos. Vem ver!

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Fantástico Sr. Raposo (2009)
O Fantástico Sr. Raposo é a primeira animação a que Wes Anderson se propõe a fazer. Adaptação literária do livro homônimo de Roald Dahl, conta a história de uma família de raposas em que o pai (George Clooney), antes um orgulhoso ladrão de galinhas, se vê responsável e por pressão da esposa (Meryl Streep), larga o ofício e vira um bom jornalista que quase ninguém lê. Buscando melhorar de vida, retoma o velho hábito e coloca a família e um grupo de roedores em apuros. Mais uma vez, Jason Schwartzmann e Bill Murray retornam ao elenco junto com os já citados, somando-se ainda o próprio diretor e Willem Dafoe. Para quem já está familiarizado com o estilo do autor, é uma novidade gostosa ver a animação que se abre também para o público infantil. Uma grande obra sobre a natureza que nos compõe, companheirismo, família e senso de comunidade. O filme está no amazon prime e o trailer, aqui.

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Moonrise Kingdom (2012)
Aqui, em termos de direção de arte e figurino, é uma imensa obra do diretor. Com elenco espetacular (Bill Murray, Jason Schwartzmann - risos - Bruce Willis, Frances McDormand, Tilda Swinton, Edward Norton e os jovens, Jared Gilman e Kara Hayward), em Moonrise Kingdom tudo acontece em um acampamento quando Sam (Gilman) se corresponde por carta com Suzy (Hayward) e decidem fugir juntos do local. O acampamento então se une para a busca e resgate dos dois. Um retorno à infância, aos filmes de ingenuidade e que vale para todas as idades. É realmente delicioso de assistir, com muitas peculiaridades e a fantasia de uma idade terna onde tudo é possível. Vale cada minuto. O filme está no amazon prime. O trailer, aqui e minha crítica também.

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Grande Hotel Budapeste (2014)
Outra grande obra do nosso já mais do que consagrado artista de cinema é Grande Hotel Budapeste. Com uma narrativa brilhante e novamente a marca registrada da direção de arte e figurino bastante particulares e caras a Wes Anderson, junte se a isso, o elenco (Jude Law, Tom Revolori, Edward Norton, Jason Schwartzman, Harvey Keitel, Bill Murray, Saoirse Ronan, Ralph Fiennes, Mathieu Amalric, Adrien Brody, Willem Defoe, Jeff Goldblum, Tilda Swinton, Tom Wilkinson, Lea Seydoux e mais) e o desenvolvimento de personagens. É impressionante como seus filmes são sempre ascendentes em qualidade e, mesmo os primeiros, já são muito bons. Zero (Revolori) era o 'lobby boy' do hotel em seus tempos áureos. Anos depois e hoje gerente do hotel decadente, ele encontra-se com um escritor (Wilkinson) e conta a sua história quando um grande concierge (Fiennes) era seu chefe. Não falo muito, deixo a crítica para decidirem. O filme está no telecine play, o trailer, como de costume, aqui.

Em 2018, Anderson lançou Ilha dos Cachorros, outra animação em stop motion e este ano sai The French Dispatch, para nosso deleite. Aproveita essa temporada e investe no diretor, porque vale muito a pena. Acompanhe nossos artistas de cinema todo mês. Doses de cafeína turbinadas com um pouquinho dos melhores nomes do cinema mundial.

E em tempo, me paga um cafezinho? =)
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Demorei, mas cheguei! Agosto veio com tudo aqui em Salvador, aquele mês longuíssimo, mas que entrou corrido na minha semana. Muitas mudanças que contarei depois, mas, antes de mais nada, é hora de apresentar o Artista de Cinema do mês!

Wes Anderson
Este rapaz com cara de francês é o texano de Houston, Wes Anderson. O diretor e roteirista é responsável por trazer um cinema americano específico em estilo e narrativa, o tornando um 'autor' dos tempos modernos. Seus filmes são sempre de comédia, com um humor peculiar em texto e performances de quase sempre os mesmos atores. A importância do diretor recai em seu talento, ao nos carregar para vivermos histórias inusitadas e divertidas.

Curiosamente e de acordo com o imdb, seu filme favorito é O bebê de Rosemary (1975), de Roman Polanski. Aqui entram algumas questões que mencionarei brevemente, porque não são o foco. Um é nomear um filme de um diretor 'maldito' como o melhor da vida. Não precisa ser polêmico, mas precisamos discutir as obras destes diretores, que talvez infelizmente, fazem grandes filmes. Digo isso, porque, como pessoa que gosta/estuda/vive de cinema é um sofrimento mesmo lidar com filmes maravilhosos e diretores com histórias de vida bizarras, para dizer o mínimo. Em segundo, e agora cito outro diretor complicado, há uma semelhança em gosto entre Anderson e Allen, dois autores de comédias - completamente diferentes em estilo e forma - que se inspiram em dramas e os têm como referência. Enquanto nosso Artista de Cinema elegeu um dos maiores filmes de Polanski, Woody Allen sempre quis e ensaiou se aproximar de Ingmar Bergman, seu grande ídolo de todos os tempos. Depois de muito tentar, ficou a certeza de que seu caminho é outro. 

Depois deste imenso e talvez desnecessário parêntese, Wes Anderson traz um pouco de suas histórias pessoais e amigos para seus filmes. Três é demais (1998) reaproveita os nomes dos colegas de escola, Owen Wilson é seu amigo desta época e junto com Luke Wilson, o irmão, participam em alguns de seus filmes. Há quase sempre o mesmo elenco, com Jason Schwartzmann, os Wilson, o sempre incrível Bill Murray, Tilda Swinton, Adrien Brody e por aí vai. Essa familiaridade, quando passamos a acompanhar a filmografia do diretor, gera um conforto e a expectativa de que reencontraremos velhos amigos para viver uma nova história. 

Dos filmes do diretor, gosto muito de Três é Demais (1998), Viagem a Darjeeling (2007), Moonrise Kingdom (2012) e Grande Hotel Budapeste (2014). Além desses, há outros ótimos e vamos falar deles em breve, inclusive do aguardado The French Dispatch. Aproveitemos este agosto para conhecer as produções do diretor, que sempre traz uma forma inusitada, um clima diferente, ao contar suas histórias, com grande investimento em direção de arte e figurino. Este artista de cinema é, realmente, especial. Vou até colocar o poster do novo filme, só para ficarmos na vontade.
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The French Dispatch (2020)
***

Para conhecer os artistas de cinema de maio, junho e julho, é só clicar nos meses e aproveitar!
Semana que vem, volto com mais informações, dicas e curiosidades sobre nosso novo 'convidado'. :)
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Hoje é dia de artista de cinema e a essa altura, já sabemos que Céline Sciamma é a escolhida de julho. Nesta terça, é dia de criticar um filme da diretora e como temos duas grandes obras já esquadrinhadas, aproveito para alimentar a nossa cinefilia com a indicação delas aqui.

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Retrato de uma jovem em chamas (2019)
Do ano passado e com a brilhante Adele Haenel, o filme é uma obra-prima por tudo o que se compreende como o bom cinema. Roteiro enxuto, grandes atuações, uma fotografia que se comunica com a ideia de pintura e retoma os conceitos de arte, a construção das personagens, absolutamente tudo funciona. A crítica está nesse link, passa aqui. 

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Tomboy (2011)
Nove anos antes do lançamento deste inflamado Retrato..., Céline Sciamma já causava alvoroço com seu Tomboy, a história de uma garota que, ao mudar de endereço com a família, passa a se apresentar para a nova vizinhança como um garoto. Toda a discussão de gênero acontece aqui de forma sutil e inteligente, sem se perder no ar ou provocar julgamentos superficiais. O filme é uma lindeza sobre a infância e suas descobertas. A crítica está aqui.  

***

Para acompanhar as postagens de julho de Céline Sciamma, é só clicar!
E para conhecer um pouco mais sobre Alfred Hitchcock, o artista de cinema de maio e Fernanda Montenegro, a de junho, basta ir nos links em rosa. :)
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Terça-feira é dia de cinema por aqui e, como não poderia faltar, trouxe a nossa Artista de Cinema de julho, Céline Sciamma, com cinco de seus grandes filmes para comentarmos um pouquinho. 

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Céline Sciamma
Céline Sciamma hoje é uma das cineastas mais conhecidas da França, especialmente depois do filme lançado ano passado, Retrato de uma jovem em chamas. Quase que instantaneamente, a obra passou a figurar nas listas de melhores filmes do país. A diretora e roteirista, entretanto, tem uma carreira sucinta e de apenas grandes sucessos, a ver pelo que segue listado aqui. Então, de cara, fica fácil conhecer sua obra inteira e esperar ansiosamente - e respeitosamente, para dar o tempo de maturidade de algo ainda maior que os anteriores - pelo próximo projeto.

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Retrato de uma jovem em chamas (2019)
Um dos melhores filmes dos últimos tempos, já foi criticado aqui e também serviu como dica no instagram antes da pandemia. A obra conta a história de Marianne (Noémie Merlant), uma pintora que fará o retrato de Héloïse (Adèle Haenel), uma mulher que vive isolada em uma ilha na Bretanha. A ideia é que este retrato sirva como uma 'promessa de compra' ao futuro potencial marido. No século XVIII, era através destes registros que as uniões eram provocadas e prometidas, então a qualidade e honestidade da obra era algo a se respeitar. As duas estabelecem uma relação de cumplicidade e algo mais que se torna imperativo e urgente. Surge um amor firme que se estende e aperfeiçoa com o tempo que estas mulheres passam juntas e essa troca nós acompanhamos através também da construção fílmica: nos enquadramentos, figurinos, através dos diálogos, da fotografia. O filme é um emblema para o Cinema com letra maiúscula, é uma impressão firme de arte de tal forma, que ficamos com medo de piscar e perder alguma coisa. Para saber mais, clica aqui. E para assistir, encontrei no telecine play.

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Garotas (2014)
Uma garota da periferia de Paris lida com o dia a dia de uma mãe que trabalha muitas horas para sustentar a todos, um irmão agressivo e ainda duas irmãs mais novas. Em plena adolescência, Marieme/Vic (Karidja Touré) precisa decidir que caminho seguir e seus rumos e descobertas são tratados aqui com um sensibilidade e maestria que quase nunca vemos em obras de formação. Um filme sobre juventude e adolescência, uma lindeza em todos os tons. Nesta época, eu conhecia Céline Sciamma por Tomboy e já me parecia importante. Ao ver este, percebi o potencial, cuidado e entrega de uma diretora. Está disponível no now, google play, youtube e apple tv.

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Tomboy (2011)
Um filme incrível. Laure (Zoé Haren) tem 10 anos e acaba de se mudar com a família para uma nova cidade. Uma tarde, decide sair para conhecer os vizinhos e ao se apresentar, assume o nome de Mikael. A apresentação do filme é seu grande trunfo: as consequências e os comportamentos de Laure na rua e em casa são tão improvisados quanto essa nova identidade que concebeu para si. Uma obra que não pretende nada além de mostrar a infância e suas descobertas: uma garota que se apresenta como garoto e o que isso significa? Será que significa ou tem que significar alguma coisa? Inteligente, leve e com uma abordagem honesta e brilhante, nos faz ficar sem fôlego com o dia a dia de uma garota, sua família e seus amigos. Na apple tv e a crítica segue aqui!


sciamma-2010
Pauline (2010)
Da coleção 5 filmes contra a homofobia, esse curtinha de quase oito minutos com talvez três planos nos prende como se estivéssemos ouvindo uma amiga contando uma história. Pauline (Anaïs Demoustier), essa mocinha da foto, conta como foi sua adolescência e descoberta sexual, entre a ridicularização da família e amigos e a decisão de seguir em frente. A forma como Pauline narra, provoca em nós essa dimensão de escuta e de forma delicada, participamos e entendemos prontamente os preconceitos, as relações familiares, as dificuldades de todo os lados. É apenas o segundo filme de Sciamma, que estreou com um longa - Lírios d'água (2007) - nos cinemas. Está no youtube, grátis e com legendas em inglês.

lirios-dagua-sciamma
Lírios d'água (2007)
Encerrando com chave de ouro, o filme de estreia de nossa artista de cinema é Lírios d'água, um drama que gira em torno de três garotas e suas descobertas amorosas. Marie (Pauline Acquart) é apaixonada por Floriane (Adèle Haenel, sempre com Sciamma), que sabe do furor que causa e gosta de François (Warren Jacquin), por quem Anne (Louise Blachère) é apaixonada. Neste quarteto, a adolescência chega com toda a força e ternura dos primeiros amores, beijos e experiências. Uma obra novamente sensível, já com a carga e o poder dos ideais feministas e da força das grandes amizades entre mulheres. A última cena, inclusive é referência e referenciada em outros filmes do 'gênero'. Uma grande forma de começar a carreira. 

*Para saber mais sobre Céline Sciamma, nossa Artista de Cinema de julho, clica aqui!
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Tati Reuter Ferreira

Baiana, curadora de projetos audiovisuais, escritora e crítica de cinema. Vivo de café, livros, cinema, viagens e praia. E Pituca.


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