Ingrid Bergman - In her own words
E chegou 2016! Que este seja um ano de Cinema para todos nós, com todos dramas, suspenses, comédias e romances com finais felizes! Inauguramos o ano com um filme que segue nos cinemas do país, um documentário sobre ninguém menos que Ingrid Bergman, uma das divas do cinema, cultuada internacionalmente e que pouco se sabia sobre sua vida pessoal. Esta era uma mulher de peso, força, vitalidade e amor: pela carreira, por seus filhos, pela vida. Imperdível.
Ingrid Bergman dá saudade. É
estranho falar assim, mas a protagonista de Casablanca
(1942), Notorious (1946), Stromboli (1950) e Sonata de Outono (1978)
deixou uma marca no Cinema por vários motivos e é impossível esquecê-la. A
atriz que morreu há mais de 30 anos ultrapassa sua filmografia e comprova sua
relevância em obra e vida. Este documentário lindo e íntimo de Stig Björkman nos
aperta o peito.
Ingrid Bergman – in her own words traça a biografia da atriz a
partir de suas cartas, filmes familiares e diários, trazendo um olhar subjetivo,
de alguma maneira dando voz a quem não mais podemos ouvir. É uma forma que
parte do íntimo para mostrar o todo e sair do modelo entediante da cronologia
rasa. Ingrid viveu uma vida plena e intensa, se reconstruindo sempre que achava
necessário e com as duras consequências de suas escolhas. Nascida em 1915 na Suécia
e órfã aos 12 anos, iniciou sua carreira aos 20, sempre buscando algo além da
mera exposição da beleza, entendendo a arte como uma forma de viver.
O star system americano, esse que molda o elenco, forjando a ferro e
fogo suas personalidades também o fez com ela. Ingrid faz parte daquele Olimpo de
grandes e inalcançáveis estrelas, com a aura mística da era de ouro. Ela
conseguiu ultrapassar esta construção artificial dos grandes nomes e garantiu
seu espaço em uma carreira internacional. Ao escolher Roberto Rossellini como o
novo amante e depois marido, foi julgada por uma Hollywood invasiva e
convencional. Adúltera, quebra o padrão de comportamento da época, é quase
banida dos Estados Unidos e decide viver na Itália. Na América dos anos 50, as
liberdades eram privilégio masculino
e imagina-se o perigo de uma mulher adorada por todos, servindo de modelo feminino
e imaginário masculino, tomar a dianteira de sua vida e romper o casamento.
Além da história com Rossellini,
que lhe deu mais 3 filhos além da que já tinha do primeiro casamento – entre eles,
a atriz Isabela Rossellini – outros homens de peso passaram por sua vida e um
deles foi Robert Capa. O celebrado fotógrafo de guerra pode ter sido a primeira
grande paixão da atriz e a certeza de que seu casamento não teria força
suficiente para ser de vida inteira. Ela viveu seus romances, deixando aos
maridos boa parte da responsabilidade sobre os filhos, tentando conciliar uma
vida de mulher, mãe e, primordialmente, atriz.
Talvez seja neste aspecto que o
filme peque um pouco, por nos deixar querendo ver mais sobre sua vida
profissional, além do retrato pessoal. O que apreendemos aqui é sua avidez, a
luta por seus papeis, o encontro com os diretores geniais do mundo – Rossellini,
Hitchcock, Renoir, Curtiz, Bergman, Lumet, mas ainda superficialmente demais,
não satisfazendo nossa curiosidade. Quase não ouvimos muito sobre seus
trabalhos, à exceção de algumas curtas entrevistas com Liv Ullman e Sigourney
Weaver, algumas falas da própria Isabella e os encontros finais com Ingmar Bergman
– para Sonata de Outono – nos deixam
sedentos e ansiosos. O processo criativo dos grandes artistas é sempre
interessante de visitar.
Em suas correspondências há muito
da vida familiar, surpreendentemente, e ansiedades quanto aos projetos, mas
nada detalhadamente sobre eles. É um ponto fraco do filme, que poderia ser o
definitivo sobre a atriz, mas opta pelo percurso íntimo, sublimando a carreira.
Esta opção nos regala com o que não costumamos ver, é bem verdade, e nos
aproxima de sua protagonista, evidenciando sua humanidade, a tornando ainda
maior, mas não dá o devido peso que a tornou grande para o mundo, sua qualidade
e experiência enquanto atriz.
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| Ingmar Bergman e Ingrid Bergman |
A graça maior, que retoma a importância desse documentário, é vê-la nos filmes de família, reencontrando sorrisos em contraste com os densos personagens que fez. Vê-la à vontade e ouvir suas cartas e diários é sempre um presente para a cinefilia e seus seguidores. O que falta aqui traz de volta a nostalgia e a vontade de revê-la, buscá-la em sua filmografia, confirmando sua importância para o Cinema e tentando entender porque este sim, sempre foi seu grande amor.




1 Comentários
Maravilhosa atriz Sigourney Weaver. Sem dúvida eu ancho que tudo mundo deveria conocer a história 7 Minutos depois da meia noite é uom dos melhores filmes Sigourney Weaver, se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Li que Juan Antonio Bayona foi o responsável e fiquei muito satisfeita com o seu trabalho, além de que o elenco foi de primeira. De verdade, adorei que tenham feito este filme.
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