E chegamos em 2017! É pleno verão
nessa nação tropical e particularmente no Rio de Janeiro, as coisas andam
quentes até demais. Para fugir desse forno, sol escaldante de morrer, se
refrescar e ser feliz, por que não relaxar assistindo a uma programação
eclética e divertida? Segue a nossa primeira lista do ano da Netflix –
Programação de Verão!
Cisne Negro (2010, de Darren Aronofsky) – 108 minutos |
Nina (Natalie Portman) é uma
bailarina obstinada e perfeccionista que se prepara obsessivamente para dançar
o Lago dos Cisnes e se vê ameaçada pela nova integrante do corpo de dança, a
sensual e espontânea Lily (Mila Kunis). Conduzidas por um professor autoritário
(Vincent Cassel) e contando ainda com Winona Rider e Barbara Hershey no elenco,
foi um dos melhores filmes de 2010. O suspense e a transformação dos personagens
– física e psicologicamente – são brilhantemente conduzidos por Darren
Aronofsky, que já havia ganhado meu coração com Pi (1998) e Réquiem para um
Sonho (2000). Seus filmes têm sempre um posicionamento sombrio acerca do
mundo e aqui não é diferente, mas o conjunto de efeitos, performances dos
atores, fotografia e tratamento de som tornam difícil recusar o título de obra prima. Imperdível.
Sleepless in Seattle (Sintonia de Amor, 1993, de Nora Ephron) - 105 minutos. |
Tom Hanks é Sam e vive em Seattle.
Meg Ryan é Annie, de Baltimore. Estamos nos anos 90 e o filho de Sam, Jonah
(Ross Malinger) participa de um programa de rádio, nacional, escondido do pai,
viúvo. Ele fala sobre a solidão do pai após a morte de sua mãe e de que seria
bom se ele tivesse uma companhia. É uma comédia romântica e já sabemos o final,
até porque foi exibido zilhões de vezes na sessão da tarde. Ainda assim, é um
filme delicioso como só Nora Ephron conseguia fazer (Julie & Julia,
Mensagem para você). Se você busca um filme leve, que aquece o coração e
garante grandes diálogos e boas risadas, encontrou. Já vi e revi várias vezes.
Happy People (2012, de Werner Herzog e Dmitri Vasyukov) – 90 minutos |
Documentário que acompanha a vida
de famílias de caçadores siberianos por um ano, da preparação até a incursão na
Taiga siberiana em busca de alimento. O filme nos ganha aos poucos, com cenas
impressionantes e lindas das mudanças de estação, das paisagens, das pessoas
que vivem do básico e para o básico. Tudo o que eles têm é imprescindível e, ao
mesmo tempo, suficiente. Talvez seja uma resposta para acalmar nossas expectativas e ansiedades quanto aos conceitos de vencer na vida e ser feliz.
De Werner Herzog (Homem Urso, Vício
Frenético, Kasper House) e Dmitri Vasyukov, parece curto demais, para o tanto
que nos conta. Vale para um dia tranquilo.
Obvious child (Entre Risos e Lágrimas, 2014, de Gillian Robespierre) - 84 minutos |
Voltando para a comédia, segue
essa independente, inteligente e sensível. Obvious Child é nome de música de
Phil Collins – também trilha do filme – e da história de Donna (Jenny Slate) uma comediante de stand up que engravida após passar a
noite com um cara que conheceu no bar. Agora ela precisa resolver se terá a
criança e em torno disso, passa a conhecer melhor o ficante Max (Jake Lacy, de Girls,
em ótima performance) e a se relacionar com sua família, com as dores de um
coração partido e perda de emprego. É um filme sobre mil temas, de forma
simples, engraçada – muito humor ácido em uma personagem descontrolada, ótima e
verossímil – mas que se aprofunda seriamente em suas questões, tornando toda a
trama plausível e interessante. Primeiro longa dirigido e escrito por Gillian
Robespierre, indica um talento que vale a pena ter no radar para assistir seus
próximos filmes.
Midnight Diner – Tokyo Stories (2016/Netflix -, de Joji Matsuoka e outros 5 diretores!) 10 eps - 26 minutos |
Ainda não vi muita repercussão
sobre essa série, mas certamente é uma das melhores da Netflix. Lançada no final do ano passado, conta histórias que têm
em comum esse pequeno restaurante japonês que abre na madrugada. A produção
japonesa é de 2009 e tem três temporadas já lançadas na tv nipônica, mas agora
a exclusividade é da programadora virtual. Os episódios são sobre relacionamentos
– familiares, afetivos, de amizade – intercalando com a cultura japonesa, as
comidas – cada episódio recebe uma refeição como título e prato principal – e o
dia a dia de uma das mais movimentadas e diversas cidades do planeta. Simples,
com poucos personagens, tem uma narrativa deliciosa e seu personagem guia (Kaoru
Kobayashi) dá o clima do enredo, é o chef, dono e único funcionário do estabelecimento.
Sereno, como se nada o pudesse abalar, serve seus clientes e ouve sobre suas
vidas. Em 2015 virou filme, que não foi lançado no Brasil e agora é esperar,
feliz as novas temporadas. Estou no
quarto episódio tentando assistir bem devargarzinho, para saboreá-lo aos
poucos.
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