Não sei a de vocês, mas a minha semana foi muito corrida. Nem consegui escrever as críticas, mas chegou a bendita sexta-feira e tudo vai acabar bem! Amanhã tem bloco de Carnaval em Paquetá e tenho que acordar bem cedo, mas de tardinha já vale para assistir alguma coisa, né? Por isso, as pérolas dessa semana serão de impacto, desses filmes que não saem da cabeça, criam conversas de bar e, com sorte, alguma polêmica. Não tem essa de 'estava cansada, acabei dormindo'. Nestes aqui, não tem como!
Noivo neurótico, noiva nervosa (1977, Woody Allen) – 133 minutos.
Sétimo filme de um diretor de nada menos que 46 longa metragens, é sem sombra de dúvidas, um dos melhores de sua carreira. Woody Allen, com toda a polêmica bizarra sobre sua vida – fico pensando sobre ética e sobre gostar tanto de sua filmografia e não pensar ou tentar não associar isso a sua vida pessoal (um pouco como Polanski, sendo esse caso pior, ou até Michael Jackson, sendo talvez melhor) – e sobre o que muita gente pensa de sua atuação: “é sempre a mesma coisa” ou “ele nem é tão engraçado assim”, esse filme ultrapassa barreiras. É um romance entre Annie Hall (Diane Keaton jovem e complexa, em uma personagem sob medida) e Alvy Singer (Woody), duas pessoas que se conhecem por acaso e vivem uma história de amor como qualquer outra, não fossem os personagens extremamente bem construídos e os diálogos tão deliciosos e pautados na vida real.
Feito em 1977, antecede Manhattan (outra obra prima, por mais estranho que seja chamar muitas obras de ‘primas’) e faz parte da longa fase New York do diretor. Pra quem adora comédia romântica, é um dos fundamentais, como Harry e Sally.
Making a murderer (2015,
Moira Demos e Laura Ricciardi) – 60 min/episódio
Série documental sobre um homem
aparentemente acusado erroneamente de ter cometido crimes bárbaros nos
Estados Unidos. Condenado duas vezes à prisão perpétua, sendo inocentado pelo
primeiro crime 18 anos depois de detido, passamos a conhecer a história de Steven Avery nesta primeira temporada
de 10 episódios que nos deixa com vontade de ver mais. Dá muita raiva perceber
as injustiças cometidas e o por vir, mas vale a pena. É interessante ver o peso
da mídia em influenciar a opinião pública e como as forças locais (polícia e justiça) trabalham em conjunto e
decidem por si sobre a vida de alguém pelo que parece ser pura implicância. Não
suficiente, a construção da série – produção Netflix, o que significa uma
preocupação forte no que diz respeito à narrativa – funciona como um crescente de
expectativas e frustrações, mas sempre alimentando nossa curiosidade. Como sou
compulsiva com séries, vi em uma semana.
Kramer vs Kramer (1979, Robert Benton) – 105 min
Sim, outro filme dos anos 70. E sim, outro filme
sensacional. Kramer vs Kramer foi um dos filmes listados para assistir antes de
ir ao curso de roteiro que fiz em NY. Sim, até eu fico pensando que foi em
outra vida de tão distante, mas aconteceu, em 2012 e foi muito legal. Voltando
ao filme, encontramos Dustin Hoffman
e Meryl Streep, como um casal em
crise. Joanna Kramer decide sair de casa e deixa Ted Kramer com a tarefa de
conciliar o trabalho, a vida doméstica e a educação do filho ainda criança. O
filme joga com essa relação homem x mulher, poderes e deveres, relações
machistas e readaptação. É muito mais complexo do que um drama de divórcio e
muito mais interessante também. Já vi mais de...sei lá, 6 vezes desde que fui
‘obrigada’. É um dos melhores filmes feitos e é muito despretensioso, o que o
torna mais especial. E convenhamos: Meryl Streep e Dustin Hoffman juntos não
poderiam fazer um filme ruim. Levou os
principais prêmios do Oscar de 1980.
A caça (2012, Thomas Vinterberg) – 115 min
Esse é tenso. Um solitário professor
de jardim de infância que está tentando conseguir a guarda de seu filho
adolescente é acusado de molestar uma garotinha que acontece de ser filha de
seu melhor amigo. O clima é pesado e complicado, a trama se desenvolve como uma
aula de roteiro e temos Mads Mikkelsen,
o novo Hannibal – da série – como
aquele que é caçado. O filme levou nada menos que 35 prêmios, além de outras 62
indicações. Dinamarquês, Thomas
Vinterberg tem uma forma especial de filmar, baseada um pouco no dogma, mas
explorada adiante em grandes filmes, com mais experiência e dinheiro, claro.
Vale do início ao fim, só não vale piscar enquanto estiver assistindo.
E pra aliviar a barra depois
dessa agonia toda que A Caça
provoca, vai ter desenho! Up é uma comédia para toda a família, mas é divertida de
verdade e não é babaca. Ela faz parte da geração das novas animações que
conseguem, com um roteiro criativo e inteligente, servir a um grupo diverso de
espectadores. O filme conta a história de um senhor que decide ir a Paradise
Falls, realizar um antigo sonho e leva meio sem querer um escoteiro muito animado junto.
Terno e inteligente, é imperdível mesmo. E, claro, feliz e inocente, como os
filmes infantis precisam ser, para dar alguma esperança a essa humanidade.
E aí, gostou? Deixa uns comentários aqui, para eu ver se estamos no caminho certo?! :)
E aí, gostou? Deixa uns comentários aqui, para eu ver se estamos no caminho certo?! :)
2 Comentários
Gostei demais!!! Otimas dicas!!!
ResponderExcluirDessa lista assisti todos, e realmente são muito bons...talvez valha a pena reassistir nessa ordem q vc montou pra ver no q dá.
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