Primavera

by - novembro 17, 2008


Estamos em um novo projeto. Eu e Pedro, meu colega da pós e parceiro neste novo documentário, resolvemos nos desafiar e entrar em algo que trate de nós mesmos, de nossa relação conosco, de como e porque nos tornamos quem somos... justamente a partir do olhar.

Esta idéia traz em seu íntimo uma busca de nos reconhecer em um novo ambiente. Eu e Pedro, cada um em seu novo espaço, esperamos conquistá-lo aos poucos, ainda que ele nos tenha dominado de imediato. Ainda tentamos deixá-lo um pouco mais parecido com o que achamos ser, mas tudo não passará de uma combinação de fatores para continuar a busca incessante pelo equilíbrio em movimento que é uma moradia. Porque mudar não é apenas de endereço físico, mas uma relocalização de nós mesmos.

Entrando neste novo espaço, espero renovar e reciclar as energias que me freqüentam neste ano. Mudanças já estão acontecendo aos poucos, readaptações, decisões e escolhas em todos os sentidos. A impressão que dá é que cada vez que nos transferimos, transformamos nosso olhar diante do todo, de tudo o que nos cerca. Assim, até as pessoas que encontramos em nosso cotidiano ganham outras dimensões. À medida que vamos conquistando os espaços, vamos nos permitindo novos mundos e para cada mundo, um grupo de situações novas. Tudo é sempre o que escolhemos e, claro, a não escolha é também uma decisão.

Minhas coisas ainda estão em caixas e malas e mais uma vez penso na quantidade de coisas que carregamos nas costas, como uma casa móvel, com o 'básico' para viver. Se meu básico é mais de livros, dvds, roupas e sapatos, hoje vivo com muito pouco disso tudo, as caixas fechadas e malas repletas assim continuam enquanto o filme não é rodado. Abri uma sacola menor e tirei três livros que me fazem companhia, ainda que na verdade, esteja lendo apenas um. Essa situação faz pensar no que sempre pensamos quando carregamos bagagens de um lado para o outro: temos sempre a certeza de que precisamos de muito menos para viver, mas sempre guardamos e guardamos, para criar uma pequena constelação de tudo o que somos onde estivermos.

Toda essa situação, a mudança, os novos olhares, o re-conhecimento das pessoas que se freqüentam socialmente me fazem querer parar, me concentrar em estudos e retomar meus objetivos, já que me fixei neste novo espaço. O mais engraçado é que todos percebem, é como Na Natureza Selvagem, o que vivemos vai nos transformando aos poucos e quem nos cerca percebe alguma alteração em nossas vibrações, mas normalmente não identificam de imediato. E nós acabamos sem dizer nada, dizemos o que um roteiro de cinema diria: estou em casa, lendo livros, sentada no sofá. Se fosse literatura outras palavras dariam sentido mais exato: estou buscando me reencontrar e, para isso, observo mais, falo menos, decido meus novos rumos que podem até ter a mesma cara de antes, mas em essência se reconstroem.

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1 Comentários

  1. aeeeeeee
    hihihi
    curti bebeee
    ai bb
    sabe q eu tva pensando..vc deveria ter uma coluna em um dos jornais daí..
    acho q vc tem potencial para escrever coisas..
    lembrei agora obviamente de quem
    a fofa da carrie..hehehehe
    um cheiro

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